O dia 21 de março, conhecido como Dia Internacional da Síndrome de Down, é mais um dia que visa conscientizar e chamar atenção da sociedade sobre a importância do respeito e inclusão.
A cada dia, aumenta o número de alunos com deficiência matriculados no ensino regular. As estatísticas mostram que a inclusão deve continuar a crescer, não somente no âmbito escolar mas também social e no mercado de trabalho. Dados do MEC evidenciam este crescimento: em 1998, cerca de 200 mil crianças que necessitavam de educação especial estavam matriculadas no ensino regular. Em 2018, este número cresceu muito, para cerca de 1,18 milhões, sendo que 992 mil estudam em escolas públicas. Esse crescimento nos mostra que a luta por inclusão tem sim causado grandes feitos sociais e que estão gerando mudanças.
Sobre a Síndrome de Down
A síndrome de Down é uma alteração genética causada por um erro na divisão celular. Ao invés de um par de cromossomos 21, pessoas com síndrome de down possuem 3 cromossomos 21, por isso é também conhecida como trissomia do cromossomo 21. Dizem, carinhosamente, que este cromossomo a mais é o cromossomo do amor.
Pessoas com síndrome de Down possuem algumas características próprias, como: olhos oblíquos, mãos menores, rosto arredondado e variáveis graus de comprometimento intelectual.É importante destacar que essa alteração provocada pelo excesso de material genético no cromossomo 21 não torna a criança com Síndrome de Down incapaz de frequentar as escolas. Sabe-se que a inclusão efetiva ainda é um grande desafio, por isso separamos 3 dicas de ouro para te ajudar e também ajudar a sua escola a se tornar de fato mais inclusiva, mas lembre-se: não existe uma única regra ou uma receita. O que precisamos é entender que estamos todos juntos, aprendendo juntos e cheios de vontade de fazer diferença.
Como se preparar para a inclusão
1- Busque conhecimento
Entenda o que é a Síndrome de Down. Busque fazer cursos, aprimore seus conhecimentos. As escolas devem fazer continuamente formação de professores voltadas à inclusão. Nunca se esqueça que, antes da Síndrome de Down, existe ali um criança que possui necessidades de ser criança e que faz tudo o que outra criança faz. Muitas vezes, focamos só nas dificuldades e esquecemos de olhar para as possibilidades. Por isso, ENTENDER o que é, por que é e como fazer é essencial.
2- Articule Iniciativas
Sabemos que o preconceito existe e que, na maior parte das vezes, é gerado pelo adulto (pais, professores e funcionários). Por isso, promova e sugira para a escola momentos de conscientização sobre a Síndrome Down. O dia 21 de Março é uma data excelente para este tipo de movimento. Muitas pessoas não sabem que a convivência nos fará melhores, afinal, poucos são os adultos de hoje que tiveram a oportunidade de estudar ou trabalhar com uma pessoa com síndrome de down. O novo nos causa medo e insegurança. Uma sugestão é levar alguém com Síndrome de Down para contar suas experiências na sua escola em formato de palestra.
3- Ajuste o plano
Flexibilize seu plano de aula, suas atividades e as tarefas. Devido ao comprometimento intelectual, os alunos com Síndrome de Down podem apresentar uma aprendizagem mais lenta, mas não se esqueça: eles são capazes de aprender. Em alguns casos, existe dificuldade motora devido à hipotonia muscular (diminuição do tônus muscular), por isso o excesso de cobranças na escrita pode mais atrapalhar do que ajudar. Tente pensar em soluções para este aluno (uso de tablets visando a inclusão digital, colagem de letras moveis, recortes de palavras), o importante é aprender.
As necessidades do que é preciso fazer depende de cada caso e vem com o dia a dia. Acreditamos que aceitar e acolher a diferença é também superar as nossas dificuldades, entender as nossas limitações. A melhor forma que temos de aprender a incluir é incluindo! É nos permitirmos conviver, aprender, errar e ensinar.
A sociedade vem se conscientizando a cada dia mais sobre a aceitação do diferente, pois todos nós somos diferentes.
Estratégias norteadoras para a inclusão
Ainda que o planejamento precisa ser individualizado, algumas estratégias podem ser norteadoras para a inclusão das crianças com Síndrome de Down na escola. São elas:
Adaptação do currículo
Muitas vezes, será necessária uma adaptação no currículo, adequando-o às necessidades da criança de Síndrome de Down. Isso não significa que ela irá aprender algo diferente dos colegas de turma, mas que o conteúdo será abordado e avaliado de uma forma específica.
Suporte concreto e visual
As crianças com Síndrome de Down aprendem melhor com estímulos visuais e materiais concretos. Sempre que necessário, o professor deve utilizar esses recursos para trabalhar os conteúdos em sala de aula.
Fragmentação de conteúdos
Ao trabalhar um conteúdo em sala de aula, busque estratégias de fragmentação. A repetição é importante para as crianças com Síndrome de Down e o trabalho em etapas facilita a memorização e o aprendizado.
Use uma linguagem clara
Assim como os recursos concretos ajudam na aprendizagem da criança com Síndrome de Down, os comandos do professor também devem ser claros e simples. Isso para que o entendimento do que deve ser feito ou é esperado do aluno naquele momento possa ser melhor compreendido por ele.
Raciocínio abstrato
Principalmente nos anos iniciais na escola, as crianças com Síndrome de Down ainda aprendem muito pelo concreto. O professor deve valorizar seus progressos nesse sentido, sem deixar de trabalhar o raciocínio lógico.
Repetição
Como dissemos, a memorização dos conteúdos depende da repetição. A prática é muito importante para todas as crianças na aprendizagem, principalmente para as com Síndrome de Down.
Dicas e práticas de Inclusão
Conhecendo as características comuns na Síndrome de Down, é possível pensar em estratégias e atividades para a sala de aula. Preparamos algumas dicas para te inspirar, confira!
Estratégias de alfabetização
As crianças com Síndrome de Down costumam apresentar deficit de linguagem que dificultam a alfabetização. A aprendizagem de leitura pelo método fônico (som da letra) pode não ser o mais indicado. Ao mesmo tempo, elas costumam ter boa memória visual.
Dessa forma, as estratégias de alfabetização que trazem mais benefícios são as que trabalham com a palavra inteira, como o método global. Trabalhar as letras e os sons deve ser um segundo passo na alfabetização das crianças com Síndrome de Down.
Outra dica é usar lápis mais grosso ou adaptadores com apoio para os dedos, trabalhando a escrita das letras com um tamanho maior. As crianças com Síndrome de Down podem apresentar hipotonia muscular, o que leva a dificuldades com a coordenação motora fina.
Utilize apoio visual e materiais concretos para trabalhar a matemática. Aprender matemática exige muita capacidade de abstração e raciocínio lógico e esses materiais ajudam a contextualizar o conteúdo, facilitando a compreensão do mesmo.
Essas são algumas orientações importantes para os anos iniciais da criança com Síndrome de Down na escola. O trabalho com as diferenças é um desafio para todos, mas também um aprendizado valioso.
O mais importante no processo de ensino aprendizagem é fazer com que a criança se sinta capaz de superar as suas dificuldades, potencializando as suas habilidades. Essa é a verdadeira inclusão e estamos aprendendo com as crianças com Síndrome de Down, que não só elas, mas todas as crianças, têm necessidades especiais.
Referências:
https://www.fazeducacao.com.br/post/sindrome-de-down-educacao-inclusiva
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